Fechamento de aeroporto ameaça Festival Folclórico de Parintins
Aeroporto Júlio Belém foi interditado no dia 18 de setembro, do ano passado, pela 7ª Vara da Justiça Federal no Amazonas.

Empresas de turismo estão tendo problemas em fechar pacotes para Parintins (325 km de Manaus) e algumas já estão até desviando o destino de turistas interessados em viajara para o município para outros destinos. O motivo é o fechamento parcial do aeroporto Júlio Belém, que já afeta setores da economia da cidade amazonense e poderá atingir duramente a rede hoteleira, transportes, patrocinadores, e ainda ocasionar uma queda significativa de público durante o Festival Folclórico deste ano, nos dias 24, 25 e 26 de junho.
Uma audiência pública, entre autoridades e a sociedade civil organizada irá discutir o assunto, no próximo dia 25, na Câmara Municipal. O aeroporto foi interditado no dia 18 de setembro, do ano passado, pelo juiz Dimis da Costa Braga, da 7ª Vara da Justiça Federal no Amazonas. O magistrado atendeu ao pedido do Ministério Público Federal (MPE) que apontou causas de perigo aéreo devido à lixeira pública do município atrair urubus para a cabeceira da pista do aeroporto.
“Vamos abordar o problema da lixeira, mas o foco principal será o fechamento do aeroporto e o prejuízo que está causando a economia de Parintins e a um iminente risco de esvaziamento do festival”, afirmou nesta tarde o presidente da Câmara, vereador Juscelino Manso (PSB).
Foram convidados para a reunião o governador Omar Aziz (PMN), o prefeito Bi Garcia (PSDB), senadores, deputados federais e estaduais, os dirigentes dos bois Garantido e Caprichoso, representantes da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), órgão ambientais, operadoras de turismo e segmentos da comunidade local. “Recebi informações, de terceiros, que agências de turismo estão com problemas de fechar pacotes turísticos, antecipadamente, por conta dessa situação”, completou o presidente.
O administrador do aeroporto Júlio Belém, Jean Jorge Rodrigues, informou que todas as recomendações da Anac já foram cumpridas pelo município. Mas de acordo com ele, ainda existe outra pendência, apontada no despacho do magistrado: a situação de 18 famílias que
ocupam terrenos, na comunidade do Parananema, cujas propriedades pertencem ao patrimônio do aeroporto e que a Anac pede a reintegração de posse na justiça, há vários anos.
“Já cumprimos todas as recomendações, agora falta resolver esse impasse das ocupações
indevidas. A Prefeitura até se dispôs a oferecer lotes de terras para essas famílias em outros locais ”, disse o administrador que está, em Manaus, discutindo o tema no Comando da Aeronáutica.
Na inspeção feita pela Anac em 2010, foram detectados a concentração de aves (urubus) nas cercanias do aeroporto, por causa da lixeira e foco de atração para aves dentro do sítio aeroportuário; vegetação sem conservação (poda) na faixa de pista; e falta de estoque de agentes extintores na Seção contra-incêndio. O aeroporto de Parintins está funcionamento somente com vôos no horário da noite.
Além das questões referentes ao aeroporto, lixeira pública, a Ilha Tupinambarana ainda está com o seu porto interditado e a rede de telefonia fixa e móvel, e serviços de internet, operam precariamente.
O porto, por exemplo, funciona provisoriamente em uma área particular, próximo a Cidade Garantido, mas os barcos ancoram também em outros pontos da cidade. O novo do porto, que custou R$ 19 milhões, foi ao fundo na cheia do Rio Amazonas.
(A Crítica Digital/Jonas Santos)