“Não quero ver o Amazonas passar na frente da Catedral”, diz pesquisador

Pesquisador prevê que parte do muro de arrimo na área da praça Judith Prestes poderá ceder na próxima enchente.


O Professor doutorando Camilo Ramos está fazendo o levantamento preliminar do processo erosivo da frente da cidade de Parintins. O trabalho será apresentado em um congresso de geografia física internacional a ser realizado em junho do próximo ano. Trata-se do congresso do congresso Ibero Americano e Latino Americano que ano passado ocorreu em Coimbra em Portugal. 
Os levantamentos do pesquisador visa perceber a dinâmica do rio Amazonas na sua força hidráulica sobre a parte da frente da ilha de Parintins. “Assim vamos identificar o local da maior pressão hidráulica e o processo intenso da erosão”, explica. 
No primeiro diagnostico de Camilo Ramos foi constatado que houve uma grande deposição de sedimentos de quase cinco metros tanto em largura quando em altura, no entanto, ocorre um processo muito intenso de erosão pela fragilidade do deposito sedimentar. “Se o processo continuar da mesma forma ele vai afetar o alicerce do muro de arrimo e muro sem a base tende a cair como já ocorreu em anos passados”, prevê Camilo.
Ramos esclarece que o estudo preliminar também é uma forma de dizer no futuro do perigo que Parintins está correndo. “Porque eu não quero ver o Rio Amazonas passar na frente da Catedral”, desabafa. 
Na frente da cidade, Parintins já perdeu mais de 100 metros de área em 30 anos. Um dos motivos tem sido a retirada de rochas lateríticas ele citou como exemplo a Rua Nakaute que perdeu a proteção natural e acabou cedendo. “As rochas serviam de proteção para o solo e como foram retiradas ficou desnuda a proteção e a erosão muito mais forte, mas não houve a preocupação de fazer um trabalho preventivo, ou seja, construir muro de contenção da pressão da correnteza do rio Amazonas e ali já se perdeu mais de 50 metros em menos de 10 anos”, conta.


Carlos Alexandre
Sistema Alvorada de Comunicação