A VINGANÇA DA NATUREZA

A situação do Paraná de Parintins de Baixo é crítica. O fenômeno das terras caídas ameaça seriamente as famílias que ali residem.

Voltando um pouco mais no tempo e na história, é bom lembrar que a sede da comunidade do Paraná de Parintins de Cima desapareceu alguns anos atrás em razão das terras caídas e, claro, pela ausência também de políticas públicas na zona rural de Parintins, problema crônico que continua infernizando a vida do produtor. Entra prefeito e sai prefeito, entra governo e sai governo e a realidade não muda.

Mas, aqui o assunto é outro. A partir desta semana vamos apresentar no site e no jornal Parintins EM TEMPO, assim como na Rádio Clube Em Tempo, uma série de reportagens sobre a situação da seca na região.

É importante para reflexão de todos.

O homem, com sua ganância e a sua permanente indiferença ao Meio Ambiente é o grande responsável por esses fenômenos. Engana-se quem pensa que o rio e a floresta, cansados de tanta violência e desrespeito, não se vingam.

Como se vingam? Com uma seca desta proporção que isola tudo e a tudo destrói.

Como se vingam? Com uma enchente que inunda tudo e como a seca mata o gado, mata gente, traz para dentro da casa do caboclo as mais terríveis víboras do centro da mata, a aranha venenosa e caçadora, o jacaré descomunal que ataca silenciosamente para matar ou aleijar.

A seca de hoje, dizem os mais velhos, os que têm a capacidade de ler a mensagem da natureza no rio e nos ventos, dará amanhã lugar à cheia diluviana.

É a natureza se vingando. E o homem, infelizmente, não aprende. (Texto e foto: Tadeu de Souza)