Amazonas entre os estados que lideram números de partos em casa

13-11-2010 21:09

 Portal Amazônia com informações da Agência Brasil


 

MANAUS  - O Amazonas e o Acre são os estados do Brasil que lideram o número de partos ocorridos em casa, com 10,7% e 10,8% dos casos, respectivamente. No ano passado, o percentual chegou a 97,7%. O Pará registrou 6,2% de partos ocorridos em casa e Roraima 6,1%. Os dados são da pesquisa Estatísticas do Registro Civil de 2009 divulgada ontem (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A pesquisa confirma a tendência de que quase todos os partos realizados no país ocorrem em hospitais. O levantamento do IBGE revela ainda que nesses casos é mais comum o registro demorar a ser feito pela família.

Entre os considerados extemporâneos, ou seja, aqueles que ocorrem após o período considerado pela pesquisa, sendo incorporados às estatísticas do Registro Civil em anos posteriores, há uma proporção maior dos nascimentos em domicílios. Os partos em casa representaram cerca de 1,3% dos ocorridos e registrados em 2009; quando se observam os postergados em anos anteriores, eles sobem para 32,0%.

Para os pesquisadores do IBGE, essa realidade indica que a ocorrência do parto fora do ambiente hospitalar, especialmente em domicílios, é um fator que faz com que as famílias demorem mais a realizar o registro, podendo estar associado às distâncias e ao deslocamento das residências aos hospitais e aos cartórios de Registro Civil de Pessoas Naturais.

Foi o que aconteceu com o aposentado Eliseu Araújo, que demorou quase dois meses para registrar o nascimento da filha única. A menina nasceu com a ajuda de uma parteira na casa da família em Garanhuns (PE).

“Quando nasce em casa demora mais porque a gente acaba deixando para depois. Se fosse no hospital teria sido mais rápido, mas em casa, como é mais distante do cartório, a gente vai levando e demora a registrar”, afirmou.

Ainda segundo o levantamento, quase três em cada dez nascimentos ocorridos em hospitais e registrados no ano se deram fora do município de residência da mãe. Entre as cidades com mais de 500 mil habitantes, os maiores percentuais dessa migração na hora do parto foram observados em Contagem (MG), com 73,3%; Jaboatão dos Guararapes (PE), com 69,1%, e Aparecida de Goiânia (GO), com 57,9%. Todos esses municípios são fronteiriços com as capitais de seus respectivos estados. Por outro lado, as capitais estaduais e o Distrito Federal (2,6%) tiveram percentuais de nascimento fora do município de residência da mãe bem abaixo da média nacional (26,1%). Entre eles, os maiores percentuais ficaram com Recife (14,1%) e Belo Horizonte (9,5%). (AL)