Arquibancada Neutra: será que funciona???

15-05-2011 11:57

 Arquibancada Neutra: será que funciona???


 

 

Inicio este artigo falando do grande questionamento sobre a arquibancada neutra do Festival Folclórico de Parintins. Segundo o dicionário de língua portuguesa o significado da palavra “Neutra” não retrata o comportamento de quem assiste na arquibancada a maior manifestação folclórica do norte do Brasil: “Que não toma partido entre interesses opostos, indiferente, inativo. Numa linguagem bem parintinense eu pergunto: Será mesmo que o visitante não toma partido por uma nação – Azul ou Vermelha?
Esta postura não implicaria no regulamento do festival sobre o respeito e comportamento na hora da apresentação do boi contrário ao outro? Imaginem alguém assistindo na arquibancada neutra, tendo que ficar quieto porque não existe cor, não deve ter manifestação. Ou todos vão se manifestar durante todas as apresentações? Estranho. 
Tenho pedido opiniões de parintinenses que não perdem o festival. A resposta é unânime. Ninguém gostou da idéia, afinal a galera é um item do festival, não pode ficar no meio termo ou neutra. Ela é ou não é. A arquibancada especial está bem do jeito que está. Só faltam banheiros. Isso deveria ser uma das preocupações. As pessoas não descem mais porque não encontram banheiros suficientes para a demanda e acabam tendo que fazer as necessidades ali mesmo. 
Compartilho com a opinião dos meus amigos em manter aquilo que mais encanta e chama a atenção no festival: a rivalidade comportada e respeitosa das nações azul e vermelha na excitação de uma nova apresentação. 
A galera de Parintins jamais será neutra. Os visitantes aprenderam a respeitar a tradição que tomou proporção de regulamento. Todos tem sua bandeira definida, ou no mais tardar até a primeira apresentação dos bois de Parintins, mas também incorporam as regras determinadas durante décadas com o sentido de engrandecer o festival. 
O Festival é expressão da cultura popular. O respeito a essa expressão é a essência para grandes realizações e desenvolvimento de Parintins. Que rumos tomaremos?

(Monica Ferreira Garcia/JI)