Arthur Virgílio diz que Lula piorou instituições do País
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MANAUS - Em aparte ao discurso de despedida de Tasso Jereissati (PSDB-CE), hoje, no plenário do Senado, o líder tucano Arthur Virgílio (AM) disse que Lula lega ao País “instituições piores, todas”, e deixa para a sucessora verdadeira “herança maldita”.
O líder acrescentou que se assistiu a “agressões sistemáticas ao Judiciário e a desmoralização do Legislativa, a partir da prática nefanda, jamais negável, do mensalão”. E se sabe o que se passou nas entranhas do Executivo.
Para Arthur, Lula trocou o dever de dar prosseguimento às reformas estruturais pela coisa imediata da popularidade. “Ao invés de fazer o papel do estadista, de Roosevelt, fez o papel da nossa querida Xuxa: vender simpatia; as reformas davam desgaste.”
“Além da crise fiscal – assinalou Arthur Virgílio – o presidente lega à sucessora o fisiologismo político. Leio que o número de ministérios deve passar de 38 para 40, 21 dos quais reservados ao butim da base aliada. Não importa o critério da meritocracia.”
O senador criticou como autoritária a proclamação governista de que “somos maioria”. “Olha – enfatizou – maioria com 53 milhões de votos; e nós, minoria, com 43 milhões de votos. Quem ignora uma minoria assim está em qualquer órbita que não seja a terrestre. Agora, maioria nem sempre significa justeza, nem sempre significa acerto.”
Afirmou também que o presidente Lula “errou, por mesquinharia, por sentimento de vingança – o que seria traço pequeno de personalidade – ou por cálculo político, ao dividir o País entre amigos e inimigos”.
“Ele errou – prosseguiu – ao escolher certos ‘inimigos’ para derrotar, como o líder do DEM, José Agripino, que se reelegeu com grande votação, V.Exª (dirigindo-se ao orador, Jereissati), eu, Marconi Perillo – que enfrentou dura campanha, mas se elegeu governador de Goiás – e Marco Maciel.”
Arthur Virgílio destacou a importância da experiência e da correção de Marco Maciel para o equilíbrio do Senado e disse: “Alguém que tem como meta eliminá-lo não está com o juízo político no devido lugar.”
O senador mencionou também os senadores Heráclito Fortes (DEM-PI) e Mão Santa (PSC-PI) como outros dois alvos, por terem votado contra a prorrogação da CPFM.
A propósito da CPFM, o líder tucano ressaltou que a derrota do governo em nada alterou as finanças da União. O que ocorreu é que a votação deixou claro que uma proposta de terceiro mandato não passaria no Senado.
O senador acusou Lula também de haver incutido o maniqueísmo na cabeça de seus seguidores. “A prova disso – disse – está na ausência de petistas neste plenário. Só vejo o senador Eduardo Suplicy (PT-SP).”
Arthur Virgílio disse ter recebido, pelas redes sociais, centenas de críticas por não estar atacando o presidente Lula. “Não tenho ódio dele”, afirmou. “Não sei fazer combate político na base do ódio, da vingança.”
Dirigindo-se a Jereissati, o líder do PSDB assinalou que ele se elegeu para mandato de oito anos e o cumpriu brilhantemente, como já o havia feito como governador do Ceará por três vezes.
“Essa é a compreensão que os democratas devem ter”, acrescentou. “Os autoritários, os candidatos a ditador é que imaginam que o poder deve ser eternamente resguardado sob suas asas.”