Parintins encolheu?

10-11-2010 23:04

 

 

 

Os números preliminares do censo/IBGE 2010 mostram um fato no mínimo inusitado, a população de Parintins encolheu nos últimos anos.
Parece estranho para uma cidade que assistiu ao surgimento de novos bairros, por sinal grandiosos, acompanhados de um crescimento dos principais núcleos rurais, que como exemplo podem ser citados e constatados in loco os núcleos da Vila Amazônia, Cabury e Mocambo.
Mesmo que tenhamos perdido habitantes para o estado do Pará, numa avaliação geo-descritiva, a perda não condiz em não são proporcionais com os novos números aferidos neste ano.
Não querendo impingir com demérito a competência do instituto competente (IBGE) para aferir a população brasileira, mas, ao que parece, há algo inusitado que precisa ser avaliado antes que se feche a tabulação. Das duas uma, ou o censo anterior estava incorreto, ou o atual não conseguiu atingir a todos os cidadãos domiciliados em Parintins.
Não há o que comemorar com o encolhimento dos números, há somente o que lamentar. Antes de associar à idéia de orgulho de ser uma cidade com mais de 100 mil habitantes, há um outro fator de suma importância, justamente aquele que mexe em nossos bolsos, no caixa do erário público. 
A queda em número de habitantes redunda em redução dos repasses importantes, em especial do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), assim como na diminuição de recursos para segmentos vitais como habitação, saúde e educação.
É preciso unir forças para requerer uma recontagem ou outro instrumento de reavaliação, haja vista que é grande o número de pessoas e famílias que alegam não terem sido contadas. Além disso, o próprio período de coleta de informação coincidente com o período de seca é inapropriado para se chegar aos irmãos que habitam as distantes áreas de cabeceiras.
Com o encolhimento populacional, de 107.250 habitantes em 2007 para 96.223 habitantes em 2010, sofremos uma grande baixa, pois não perdemos apenas milhares de cidadãos em nossa estatística, perderemos também milhões em receitas públicas.

(Massilon Medeiros, colunista JI)