Perda do galpão: reflexo da má gestão

21-03-2013 14:55

 

 

 

A situação por que passa a Boi Bumbá Garantido ‘é um tanto cômico se não fosse trágico’. Enquanto o bumbá faz festa em Manaus para gravação do CD e DVD, em Parintins o circo pega fogo, ou melhor, o Quartel General (QG) da agremiação é invadido e os módulos alegóricos despejados em plena rua. 

Ao mesmo tempo em que o empresário Francisco Vasconcelos tem todo o direito de reivindicar a posse do galpão que antes pertencia à diretoria da agremiação a população e sócios têm o direito de não ver parte do patrimônio do bumbá destruído e mais ainda perder uma parte da história de Parintins, e um dos pilares da economia local e da região. A final de contas, depois que o Festival Folclórico despontou para o Brasil e o mundo, todos hão de comungar da mesma ideia de que os bumbás são atualmente as maiores fontes geradoras de recursos para Parintins.

No entanto, é bom ressaltar que as gestões que atuaram e atuam no comando da agremiação folclórica até agora, salvo engano, não aprenderam em líder com a coisa pública e gestar os recursos que arrecadam anualmente e controlar as  finanças tem sido a maior dificuldade.

Diferente do passado quando os bumbás tinham que se deslocar para outras cidades e até pagar para divulgar tal manifestação folclórica. Hoje, os bois de Parintins recebem mais recursos que dezenas de municípios juntos no Estado do Amazonas, e mesmo assim não estabilizaram as receitas.

O que está acontecendo neste momento com a perda do principal galpão onde são produzidos mais de 90% do cenário artístico que bumbá leva pra a arena todos os anos, podemos entender que isso não passa de falta de preparo para gestar uma grande indústria cultural que virou o boi Garantido. E não se pode administrar como um pequeno comércio.