"Pingo" presta depoimento sobre pedofilia em Parintins

13-11-2010 21:03

 

 

A Justiça de Parintins deu continuidade ontem, 11, a mais uma página de investigação no inquérito que trata da Rede de Pedofilia na cidade.
Após vários meses de silêncio, o principal acusado Clesthon Jasson da Silva, 29 anos, o Pingo, foi ouvido pela juíza Melissa Sanches, acompanhada pelos promotores Christiane Corrêa e André Sefair, o advogado de defesa Amaury Faria e o advogado de acusação Fábio Cardoso.
Inicialmente, Pingo foi levado ao Fórum de Justiça de Parintins, às 15:00h, mas por estar com a saúde muito debilitada, a juíza liberou Pingo para retornar ao Hospital Jofre Cohen, onde seria ouvido.
No Fórum, Melissa Sanches ouviu ainda mais três testemunhas de defesa, pessoas ligadas a Pingo como vizinhos e familiares. A irmã do acusado, Clívia Marques da Silva, prestou depoimento e afirma que Pingo era constantemente procurado pelas menores e que a culpa não deve recair, unicamente, sobre ele. Ela confirma que o irmão agia de forma errada, mas que ele não é nenhum “monstro”, como vem sendo chamado. Para ela, as meninas e os pais também têm suas parcelas de culpa.

No hospital, esta primeira audiência interrogatória de Pingo durou cerca de 20 minutos. Em sala fechada o acusado contou à juíza parte do escândalo que abalou a cidade. Segundo Melissa Sanches, Pingo, apesar de não lembrar bem dos fatos, confirmou os nomes de pessoas envolvidas no caso já citadas pela Justiça e pela imprensa parintinense. De acordo com a juíza, o processo de Pingo está em fase final e o depoimento dele foi voltado a vários inquéritos.
Pingo está com a saúde muito fragilizada. Segundo a enfermeira que cuida do acusado, ele está com uma forte pneumonia e a tuberculose agrava ainda mais seu estado.
O depoimento de Pingo é peça principal do caso. A Justiça tem agora a confirmação de nomes e fatos que estavam incertos no processo. As pessoas apontadas nos inquéritos como empresários do ramo de autopeças, churrascaria, políticos, policiais militares, professores e pecuarista podem ser processadas, julgadas e condenadas pela Justiça de Parintins, pela prática de aliciamento, prostituição e estupro de menores. 


Eldiney Alcântara/ Sistema Alvorada

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