Presídio é chamado de “Universidade” do crime
A deficiência do sistema prisional do Brasil é visível, no entanto, são poucas as políticas públicas direcionadas para este setor. O Estado do Amazonas vivencia essa realidade, cuja precariedade, começa na própria capital. Presídios superlotados e com poucas oportunidades de ressocialização dos internos.
Em Parintins o sistema prisional é ruim, pior de todos os municípios amazonenses. O prédio da delegacia no centro da cidade próximo de escolas e comércio foi transformado em presídio. Os pavilhões com capacidade para sessenta presos têm mais de cem. O motim realizado esta semana mostrou a precariedade do sistema.
As autoridades de Parintins e do Estado do Amazonas ficaram cientes depois do motim que a situação é séria na unidade prisional. Os presos durante as negociações reivindicaram reforma das celas, melhor alimentação e desenvolvimento de ações sociais. Quem cumpriu pena na unidade prisional conhece as dificuldades.
Durante o motim ex-detentos foram até a unidade prisional apoiar a manifestação. Uma mulher que cumpriu pena por tráfico de drogas e que há pouco tempo ganhou liberdade gritava e fazia questão de ser ouvida pelas autoridades judiciais criticando o sistema prisional. Ela dizia que a comida é de péssima qualidade.
Esbravejando ela dizia que a comida de todos os dias era pé de galinha e arroz. Falava também que os presos não recebem assistência de programas sociais e que nunca serão ressocializados. “Quem entra aí no presídio é a mesma coisa que chegar ao inferno. O detento sobrevive às piores humilhações que se possa imaginar” declarou.
Em uma das críticas ao sistema prisional de Parintins essa mulher chamou o presídio de “universidade do crime”. Ela quis dizer com isso que o preso sai pior do que entrou. Sem nenhuma ocupação a mente continua fazia e vulnerável a pensar em coisas ruins. “Esse presídio aí não é lugar para ser humano” esbravejou.
Depois que a polícia controlou o motim algumas melhorias começaram a ser feitas na unidade prisional. A Secretaria de segurança pública autorizou a reforma das celas destruídas durante o motim, limpeza das fossas e melhorias na alimentação dos presos.
Os acusados em comandar o motim foram transferidos para outros presídios do estado.
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